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APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS

 

 

Imagem do cérebro em tempestade de idéias.

OLÁ PESSOAL!
AQUÍ ESTOU EU, TURBINANDO MEU CÉREBRO.
VEM COMIGO...

 
A estratégia de ensino denominada Aprendizagem Baseada em Problema - ABP (Problem based Learning - PBL) foi implantada na década de 60 na Universidade de McMaster, no Canadá, e, em seguida, na Universidade de Maastricht, na Holanda.
 
A ABP constitui uma estratégia de aprendizagem, cujo ponto de partida é uma situação problema, com o objetivo de estimular o aluno nos seus estudos.
É baseada nos princípios da abordagem construtivista, colocando o professor no papel de provocador do raciocínio do aluno, procurando gerar desequilíbrios cognitivos, situações de conflito em relação ao objeto de aprendizagem, instigar o aluno na busca do saber, bem como, construir o seu conhecimento baseado em suas experiências prévias de vida e de estudo, de modo que a aprendizagem deixa de ser centrada no professor para que o aluno passe a ser o sujeito do seu conhecimento.

Segundo Piaget, aprendemos a partir da ação dos sujeitos sobre os objetos, em que o sujeito é sempre aquele que vai em busca do conhecimento; o objeto é sempre aquilo que se deseja conhecer e a ação exercida pelo sujeito sobre o objeto é sempre uma interação.
A ABP parte de um princípio construtivista, inspirado nas idéias de Jean Piaget, procurando instigar a curiosidade do aluno, levando-o a encontrar respostas a partir de suas experiências e de sua interação com a realidade e com os outros.
 
O aluno participde forma ativa do próprio aprender impulsionado pelo estímulo à dúvida com o conseqüente desenvolvimento do raciocínio e da criatividade. Utiliza como principal ferramenta de disparo, a tempestade de idéias ou brain storm.
 
Esta técnica funciona como uma atividade neuróbica capaz de estimular a produção de neurotrofinas, as quais são nutrientes ativadores da atividade cerebral, acionando novos circuitos nervosos e estabelecendo novas conecções cerebrais, o que potencializa a capacidade de concentração e de criatividade do indivíduo ou de um grupo.
 
A construção e a abordagem dos problemas deve ser feita de forma interdisciplinar, fundamentado nas competências e habilidades previstas para o curso, seguindo um perfil de complexidade crescente, de modo a garantir os conhecimentos científicos necessários.
 
A integração dos conteúdos é importante, para que a situação problema funcione como âncora no resgate destes conhecimentos quando for necessário utilizá-los, sob condição que o conjunto de problemas perderá a sua função e os demais conteúdos passarão a ser trabalhados separadamente deixando de constituir uma ABP. Esta dinâmica é realizada em grupos de 7 a 15 indivíduos e consiste de 7 passos a saber:
 
  • ESCLARECIMENTO DOS TERMOS DESCONHECIDOS
 
Antes de esclarecer os termos desconhecidos é importante escolher entre eles quem será o líder ou coordenador e quem será o secretário.
 
Então, inicia à leitura do problema e identificação das palavras, expressões ou termos técnicos, enfim, qualquer coisa que não seja entendida no problema.
 
Pergunte ao grupo se alguém conhece o significado do termo difícil encontrado. Se todos concordarem que o significado foi esclarecido, tudo bem, passar para o próximo, se não o foi e o conhecimento do termo for fundamental para o andamento da discussão o seu conceito deve ser esclarecido pelo mediador (tutor). Algumas escolas disponibilizam dicionário na sala.
 
  • DEFINIÇÃO DOS PROBLEMAS A SEREM ENTENDIDOS E EXPLICADOS.
 
Primeiramente, identificam-se os problemas. Qual ou quais são os problemas? Não tentar, explicar o porquê dos problemas, nem ter certeza dos diagnósticos.
 
  • ANÁLISE DOS PROBLEMAS. TEMPESTADE DE IDÉIAS (BRAIN STORM)
 
A primeira sessão tutorial visa trazer para discussão os conhecimentos prévios do grupo. Todo mundo tem conhecimentos prévios, e alguns se lembram de coisas que os outros esqueceram.
 
Trabalhar em grupo é muito importante, principalmente saber respeitar a opinião dos outros, e fazer da discussão mais uma oportunidade de aprender.
 
Nesse momento, entra a função do coordenador de estimular a discussão no grupo, de modo que consigam levantar hipóteses para explicar cada dado apresentado pelo caso, seja sinal, sintoma, resultado de exame, evolução, etc. Este, também, deve garantir a participação de todos.
 
Cabe ao tutor orientar o coordenador nesse sentido e caso o coordenador não funcione o tutor deve fazer a sessão funcionar até que os alunos adquiram essa habilidade de estimular a discussão e de coordenar a participação de todos.
 
O secretário (a) também desempenha uma função importante, pois escrevendo o que é dito facilita a participação de todos. As idéias devem ser estimuladas, aproveitadas, sejam elas bem elaboradas ou que pareçam “absurdas”. Não deve haver julgamento de alguma idéia por parte do outro, como também, domínio da reunião. Os participantes devem estar livres para desenvolverem ou “pegar carona” nas sugestões do outro.
 
  • RESUMIR
 
Resumir a discussão, relembrando os problemas listados, as hipóteses levantadas, e as contribuições dos conhecimentos prévios, prós e contras. As idéias são agrupadas em categorias, o ideal é que sejam utilizadas na construção de um fluxograma ou mapa mental, visualizando a ligação entre as idéias.
 
  • FORMULAR OS OBJETIVOS DE APRENDIZADO.
 
Essa formulação é bem dinâmica, ou seja ela é gerada durante toda a sessão tutoral quando os alunos alcançam o limite do conhecimento do grupo, é o ponto ao qual eles não conseguem mais explicar com seus conhecimentos prévios.
 
Assuntos ou temas que precisam ser estudados, para resolver o(s) problema(s). O ideal é ser objetivo, isto é, formular os objetivos com base nos problemas, sem tentar estudar tudo sobre o assunto, pois o tempo não vai ser suficiente. Mais uma vez, lembrar de trabalhar em grupo: mesmo que alguém ache que um tema específico é importante, o grupo deve decidir o que é importante estudar.
 
  • ESTUDO INDIVIDUAL BASEADO NO PASSO  N° 5.
 
O estudo ou busca de informações são essencialmente individuais. Recomendam-se livros de texto clássicos, opiniões de especialistas, buscas em bases de dados, como MEDLINE, LILACS e outras.
Devem ser evitados apostilas, xérox de cadernos de colegas, livros de consulta rápida, especialmente quando usados como única fonte de consulta. O ideal é buscar informações em mais de uma fonte, e ter como um dos objetivos trocar essas informações, de fontes diversificadas, na discussão em grupo.
 
  • RELATAR AO GRUPO. DISCUTIR.
 
O objetivo da segunda reunião tutorial é integrar as informações trazidas, para resolver o caso. Porém, não há a pretensão de esgotar os temas discutidos.
 
O ideal é que se releia a situação problema e inicie uma nova discussão sobre o caso agora explicando os pontos não esclarecidos na sessão anterior sem necessidade de ler as perguntas levantadas, ao final pode-se retornar às perguntas para ver se todos os pontos de dúvida foram discutidos e aqueles aspectos que não conseguiram explicar ficam como ponto para nova busca de conhecimento, principalmente se ela for parte dos objetivos instrucionais planejados e cobra-se dos alunos na aula seguinte.

Referências:

  • Mantenha o seu cérebro vivo - Lawrence C. Katz, Ph. D. e Manning Rubin.

  • Manual ABP para o professor do Curso de Medicina -FTC - Mônica Franca, Leila Ribeiro e Rita Franca

  • Teorias da Aprendizagem - IESDE Brasil S.A. -Valéria da Hora Bessa

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